“Trata bem do teu corpo para que a tua alma tenha vontade de habitá-lo.” (provérbio chinês).

Falar sobre o corpo é também falar sobre como existimos e como (nos) sentimos. O nosso corpo fala sobre nós. A forma como cuidamos dele ou a forma como o negligenciamos, mostra-nos como existimos dentro de nós e como existimos para o mundo. Quem ouve o seu corpo, é sensível à sua higiene psíquica. Por exemplo, muito frequentemente damos maior importância à nossa imagem exterior, em detrimento do nosso bem-estar interior. Não escutamos o nosso corpo. Construímos carapaças para esconder as nossas fragilidades e não procuramos “tratá-las”. Fugimos e escondemo-nos de nós próprios, vivendo cenários que não nos pertencem...o nosso corpo, bagagem das nossas dores.

Em consulta, o corpo do outro é um ecran onde vejo “desfilar” uma série de mensagens significativas; aprendo sobre o outro, descodificando cada uma dessas mensagens. Estou atenta aos gestos, à postura em geral, às diferentes expressões, à forma de vestir...e depois, o trabalho terapêutico prossegue através da palavra. As palavras vão dar sentido àquilo que o corpo informa. O corpo do outro vai falar sobre a forma como esse indivíduo Existe.

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